Projeto encabeçado pelo brasileiro Vitor Santana e o português João Pires, o Coladera celebra a ponte cultural entre Brasil, Portugal e Cabo Verde num diálogo baseado em violões, percussões e vozes. Ouvem-se ecos da África, do candomblé, do fado e do flamenco, do samba, da rumba e do mambo, um português com sotaques diferentes, a eletrônica nascida do acústico.
O nome do projeto faz referência ao ritmo popular cabo-verdiano coladera, nascido da morna, por sua vez originada de ritmos como o fado português e o lundum angolano, e influenciada pelo samba, pela rumba e pela cumbia.
Com cinco anos de estrada, o Coladera se apresentou em palcos importantes do mundo, como Brasil Summerfest (NY), Atlantic Music Expo (Estados Unidos), FMM Sines (Portugal), Bimhuis (Holanda), Casa da Música (Porto), Cantos da Maré (Galiza), Budapest Ritmo (Hungria) e Global Copenhagen (Dinamarca).
Todas as canções são cantadas em português, com exceção da faixa-título La Dôtu Lado e de Primer Letra, em língua crioula, de base lexical portuguesa, originária de Cabo Verde. Os parceiros nas letras são o escritor angolano José Eduardo Agualusa em A Luz de Yayá, a contadora de histórias portuguesa Ana Sofia Paiva em Deserto do Sal, a compositora brasileira Brisa Marques em Mandiga e Algum Lugar em Nós, o cabo-verdiano Bilan em Primer Letra e Dino D’ Santiago, também de Cabo Verde, na música que dá nome ao disco.
Língua e sotaques, pés no mar e olhar nas montanhas, o gingado e a introspecção, a origem e suas ressignificações permeiam La Dôtu Lado dando ao ouvinte a constante sensação de pertencimento. O brasileiro que não conhece Angola, o moçambicano que nunca pisou em Portugal, o cabo-verdiano que jamais explorou Timor Leste, assim por diante. Nada nos separa e tudo nos é familiar nessa cadência.